Com o passar do tempo, a medicina trouxe vários benefícios para a sociedade. Foram avanços históricos: descobertas de doenças, vacinas, aprimoramentos de métodos, como a utilização do raio-X, técnicas de assepsia em procedimentos cirúrgicos, fabricação de medicamentos, dentre outros. Concomitantemente, surgiram novas doenças ao longo do tempo, dentre elas a Síndrome da Imunodeficiência Humana (AIDS).
O surgimento da AIDS foi um fenômeno social e histórico, o qual trouxe dúvidas e medos que mexem com o imaginário social, resultando em concepções negativas diante da doença. Tais concepções podem afetar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV (PVHIV).
Um dos entraves que permeiam a vida de pessoas que vivem com o vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) é o preconceito! Esse preconceito vem acompanhado por sentimentos negativos de medo, culpa e rejeição. Por causa do medo e da insegurança a essa doença, as pessoas têm dificuldades em falar com outros indivíduos sobre o diagnóstico.
A revelação da soropositividade é um evento crucial na vida de quem vive com HIV, tanto na família quanto em amigos. A percepção negativa, a discriminação e a falta de conhecimento cultivam o sentimento. O medo do abandono e de julgamento, a revelação da identidade social, a quebra do padrão de vida, a ‘culpabilização’ individual por ter se infectado, a impotência diante da nova realidade, o isolamento, a não adesão ao tratamento, a revolta e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas são alguns dos aspectos relacionados a uma doença estigmatizada.
A estigmatização social pode impactar negativamente na saúde física e mental das PVHIV. O estresse tende a comprometer a imunidade, tornando o indivíduo mais vulnerável a outras infecções.
A saúde coletiva desempenha um papel importante no bem estar do paciente, desenvolvendo ações para romper o estigma social, orientando sobre a doença e o tratamento: explicando sobre o aumento da sobrevida com a adesão ao tratamento.
Todos nós merecemos ser respeitados independentemente da condição financeira, escolaridade, orientação sexual, etnia, sorologia, dentre outros. O conhecimento é o melhor aliado para combater o preconceito a fim de acabar com a estigmatização das PVHIV.
Lembrando que todas as PVHIV têm o direito do sigilo no tratamento e utilização dos serviços básicos e de amplo acesso à saúde.
No Brasil foi sancionada, em junho de 2014, a Lei nº 12.984 que estabelece como crime a discriminação contra as PVHIV. Em caso de violação, recomenda-se realizar-se o Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia e entrar com uma ação criminal.
E o mais importante de tudo isso é que viver com HIV não define ninguém, não define caráter, status, relacionamento etc. Mas o que realmente poderá definir é: qual a melhor trajetória a se fazer para o seu futuro.
Texto produzido por: Felipe Ferreira Lima, graduando em Química, Instituto de Ciências Exatas da UFMG
Revisão: MSc. Cléssius Ribeiro de Souza, Profa. Marina Guimarães Lima e Profa. Maria das Graças Braga Ceccato
Edição e postagem: Mariana Dias Lula
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