Atualmente, o diagnóstico da infecção pelo HIV, ou seja, a detecção do vírus no sangue, pode ser realizado tanto por exames laboratoriais, como por testes rápidos.
O diagnóstico pode ser realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a partir da coleta de sangue ou fluido oral (saliva e outros fluidos presentes na boca).
Os Testes Rápidos (TR) são realizados de forma gratuita e anônima pelo SUS, em unidades básicas de saúde e centros de testagem e acolhimento (CTA).
O teste é realizado a partir da coleta de uma gota de sangue ou de fluido oral, e o resultado sai em aproximadamente 30 minutos. Ele determina a presença de anticorpos anti-HIV e fornece um resultado positivo ou negativo.
Existe também o auto teste, que segue o mesmo princípio do teste rápido e a pessoa pode realizá-lo em casa.
Um dos principais exames laboratoriais, denominado ELISA, foi desenvolvido para o diagnóstico da infecção, logo após a descoberta do HIV. Existem quatro gerações diferentes de ELISA, cada uma com suas características.
O teste ELISA permite detectar anticorpos específicos no sangue, não se pesquisa diretamente a presença do vírus. É uma técnica que utiliza uma quantidade maior de sangue e o resultado demora alguns dias para sair.
Há também outros testes complementares que utilizam diferentes princípios para detecção do HIV. São eles: Western Blot (WB), imunoblot (IB) ou imunoensaios em linha (LIA).
Existe um período, chamado janela imunológica, entre a infecção e a produção de anticorpos pelo organismo contra o HIV em uma quantidade suficiente para serem detectados pelos testes.
Se uma pessoa realizou o teste alguns dias depois de ter se exposto a uma situação de risco para infecção pelo HIV, ela pode apresentar resultados negativos nos testes, mesmo tendo se infectado.
Após se expor a uma situação de risco, o indivíduo deve fazer a profilaxia pós-exposição (PEP). Para mais informações sobre PEP acesse o texto.
Há a possibilidade de que o teste apresente um falso resultado negativo, quando ele é feito durante o período da janela imunológica, que dura cerca de 30 dias após o contato com sangue ou fluidos que contenham o vírus.
Caso o resultado seja negativo, e permanecer a suspeita de infecção, deve-se realizar o teste novamente após 1 mês.
Com o objetivo de realizar a detecção de anticorpos anti-HIV para o diagnóstico da infecção pelo HIV, deve-se cumprir rigorosamente as etapas a seguir:
Na etapa denominada triagem sorológica, o Ministério da Saúde recomenda que as amostras (sangue ou fluido oral) devem inicialmente ser submetidas a um exame laboratorial (ELISA) ou a um teste rápido.
As amostras com resultados não-reagentes nesse primeiro teste serão definidas como “amostra negativa para HIV”. Nesse caso, o diagnóstico da infecção é concluído.
As amostras com resultados positivos ou inconclusivos deverão ser submetidas a uma etapa de confirmação sorológica, composta de um exame laboratorial, diferente do primeiro, e testes confirmatórios.
Diante de um resultado positivo, após a etapa de confirmação sorológica, os laboratórios devem solicitar uma nova amostra do paciente, para conferir seu estado sorológico (30 dias após a emissão do resultado da primeira amostra).
Diante de resultados diferentes entre métodos diferentes realiza-se a confirmação sorológica por meio do teste de Western Blot.
Pode-se também confirmar o diagnóstico da infecção pelo HIV com o exame de quantificação da carga viral, na etapa complementar do diagnóstico. Comprova-se a infecção com um resultado igual ou superior a 5.000 cópias/mL.
Texto produzido por: Victor César da Silva, graduando em Farmácia, Faculdade de Farmácia da UFMG
Revisão: Profa Marina Guimarães Lima e Profa Maria das Graças Braga Ceccato
Edição e postagem: Ana Luiza Pereira da Rocha
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