O assunto do momento são as vacinas contra a COVID-19. Essas vacinas têm como principal função auxiliar o sistema imunológico dos indivíduos a desenvolver uma imunidade contra o coronavírus (SARS-CoV-2). Com isso, reduz-se os casos graves e a mortalidade relacionada a essa doença.
Em janeiro de 2021, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o uso emergencial de duas vacinas contra a COVID-19: a Coronavac, produzida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e uma vacina produzida pela AstraZeneca, juntamente com a Universidade de Oxford, que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também firmou uma parceria.
Diante dessa aprovação da ANVISA, surgiram dúvidas sobre quando, como e quem poderá receber a vacina. Dentre a população prioritária, estão os profissionais da saúde, idosos e pessoas com comorbidades.
Mas como funcionam as vacinas já aprovadas para uso emergencial?
A Coronavac é uma vacina de vírus inativados, ou seja, coronavírus modificados que não possuem capacidade de se reproduzirem no organismo humano. Dessa forma, esses vírus não conseguem deixar as pessoas doentes, mas o sistema imunológico é capaz de gerar uma resposta imune e uma memória contra eles. Assim, quando alguém é infectado com SARS-CoV-2 depois de vacinado, o organismo saberá como se defender, evitando que a doença se desenvolva.
Já a vacina de Oxford funciona por meio de um adenovírus modificado que carrega uma parte do material genético do SARS-CoV-2. Quando a pessoa é vacinada, o organismo produz as espículas que o coronavírus possui. Entretanto, elas não são capazes de provocar a COVID-19 no indivíduo, mas promovem a ação do sistema imunológico. Assim, o organismo produz anticorpos, tornando-se imune contra o vírus.
E as pessoas que vivem com HIV podem se vacinar?
Podem e devem! As duas vacinas aprovadas pela ANVISA se mostraram seguras e eficazes para uso emergencial. Ambas apresentaram segurança nos testes realizados na fase III das pesquisas. Dentre as pessoas que receberam a Coronavac, houve uma redução de 50% dos casos de COVID-19, se comparado com as pessoas que não se vacinaram. Além disso, dentre as pessoas vacinadas houve uma redução de 100% de casos moderados e graves em comparação com as pessoas que não receberam a vacina. Enquanto isso, a vacina de Oxford/AstraZeneca apresentou eficácia de 70%. Isso significa que essas vacinas conseguem impedir que muitas pessoas vacinadas desenvolvam formas graves da COVID-19.
Quem faz parte do grupo prioritário para receber a vacina?
Os grupos prioritários para receberem a vacina envolvem pessoas que possuem um maior risco de desenvolverem formas mais graves da COVID-19. Sendo assim, as pessoas vivendo com HIV que possuem a contagem de linfócitos menor ou igual a 350 células/mm3 estão incluídas no grupo prioritário para receberem a vacina. Em virtude dessas condições, podem ter um maior risco de desenvolver casos mais graves da COVID-19. Assim, o objetivo da vacina é ajudar o sistema imunológico a combater a infecção causada pelo vírus, impedindo que elas fiquem doentes ou evitando o aparecimento dos sintomas graves da doença.
Pessoas que vivem com HIV com imunidade normal fazem parte do grupo prioritário para receber a vacina?
As pessoas que vivem com HIV com contagem de células maior que 350 células/mm3 não possuem baixa imunidade. Por isso, estas pessoas só farão parte do grupo prioritário se tiverem outras condições de risco, como por exemplo, diabetes, hipertensão, asma, etc.
As pessoas que vivem com HIV que fazem o tratamento antirretroviral e que não estão com baixo número de células do sistema imunológico podem desenvolver uma resposta imune satisfatória contra o coronavírus. Assim, elas possuem um menor risco de apresentar casos graves da doença. Mas, apesar de não serem do grupo de risco, as pessoas com contagem normal de células do sistema imunológico devem se vacinar quando a vacinação estiver disponível para elas.
E quando essa vacinação acontecerá?
Ainda não se sabe a data certa para o início da vacinação desse grupo prioritário. O calendário de vacinação dependerá da quantidade de doses de vacinas disponibilizadas no Brasil.
Mas atenção! Se você se inclui nos requisitos citados, entre em contato com o seu médico. Os profissionais podem te orientar de acordo com as suas condições de saúde.
Texto produzido por: Isabella Carvalho de Castro
Revisão: Profa. Marina Guimarães Lima e Profa. Maria das Graças Braga Ceccato
Edição e postagem: Mariana Dias Lula
Referências:
- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Nota informativa nº 3/2021 de 26 de janeiro de 2021. Dispõe sobre a vacinação de COVID-19 em pessoas vivendo com HIV. Brasília: Ministério da Saúde, 2020. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/legislacao/nota-informativa-no-32021-dccisvsms.
- MINISTÉRIO DA SAÚDE. Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a COVID-19. Brasília: 2ª edição, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/media/pdf/2021/janeiro/25/planovacinacaocovid_v2_25jan21.pdf.
Imagens:
- Vacinação. Ícone criado por Freepik de www.flaticon.com. Link da imagem: https://www.flaticon.com/br/icone-gratis/vacinacao_1581807?term=vacina%C3%A7%C3%A3o&page=1&position=15&page=1&position=15&related_id=1581807&origin=search
- Schedule. Ícone criado por Freepik de www.flaticon.com. Link da imagem: https://www.flaticon.com/free-icon/schedule_3652191?term=calendar&related_id=3652191