Sexo químico: o que é e porque é tão perigoso?

 

Existem muitos conceitos hoje para descrever o que conhecemos como ”Chemsex”, isto é, sexo químico em português, e esse se refere a prática sexual sob influência de drogas psicoativas. Drogas e sexo é uma combinação que existe desde os primórdios da humanidade, mas, recentemente, esse tema tem vindo à tona em função da popularização dessa prática, principalmente, no mundo LGBTQI+.  Estudos vêm sendo desenvolvidos a fim de entender melhor esta prática.

 

Mas o que motiva as pessoas a praticarem? Os praticantes do “chemsex” relatam que o uso dessas drogas melhora a qualidade do sexo, diminui a inibição e aumenta a excitação sexual e o prazer. Muitas vezes, usando as drogas de maneira combinada, como, por exemplo, a utilização de álcool e ecstasy, há uma facilidade na realização de sessões de sexo com duração prolongada (por vezes até dias) e/ou com múltiplos parceiros, além de práticas sexuais mais desafiadoras, como por exemplo, a dupla penetração.  Além disso, alguns homens relatam inclusive que o uso dessas drogas auxilia a lidar com sentimentos negativos como a falta de confiança, baixa autoestima, homofobia internalizada e até mesmo com o estigma relacionado ao fato de ser uma pessoa que vive com o HIV. 

 

No entanto, o sexo químico não é isento de riscos e tem contribuído bastante para situações de risco à saúde dos homens gays e bissexuais, principalmente. O primeiro risco é o abuso e a possível dependência das substâncias utilizadas na prática sexual. Além disso, a prática pode também contribuir com o aumento de se contrair IST’s (Infecções sexualmente transmissíveis), isso porque, em sua maioria, os praticantes optam pela não utilização de preservativos ou uso da PrEP (profilaxia pré-exposição), e, após a relação sexual, uso da PEP (profilaxia pós-exposição).

 

Além de tudo, é válido ressaltar que essas sessões de sexo químico costumam envolver mais de um parceiro. Estudos ingleses indicam uma média de cinco praticantes por sessão. Isso intensifica exponencialmente os riscos de se contrair uma IST’s, levando em conta que além dessas relações desprotegidas, os praticantes desenvolvem contato com outras pessoas. 

 

Por mais tentador que possa parecer, esta prática não se trata de uma combinação saudável. É imprescindível que o indivíduo tenha uma relação consciente e segura. É importante entender a motivação desta prática ter se popularizado e procurar combater os seus danos. Atente-se, a prevenção nunca é demais!


Texto produzido por: João Pedro Almeida Reis, graduando em Farmácia, Faculdade de Farmácia da UFMG 

Revisão: Profa. Marina Guimarães Lima e Profa. Maria das Graças Braga Ceccato

Edição e postagem: Mariana Dias Lula 

Referências:

  1. BRANQUINHO, B. O que é o chemsex e por que está se tornando um problema para os homens gays e bis? Carta Capital, 27 abril 2020. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/blogs/saudelgbt/o-que-e-o-chemsex-e-por-que-esta-se-tornando-um-problema-para-os-homens-gays-e-bis/. Acesso em 21 out. 2020.
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