A carga viral é um exame realizado em laboratório, onde se monitora a quantidade de vírus presente no sangue do paciente infectado. O procedimento é obtido por uma técnica chamada PCR-RT a fim de orientar o tratamento.
Os primeiros medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980. Esses medicamentos agem inibindo a multiplicação do HIV no organismo e, consequentemente, evitam o enfraquecimento do sistema imunológico.
O uso regular dos medicamentos é muito importante, pois evita que a infecção evolua para AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Humana). É importante frisar que existe uma diferença entre o HIV e a AIDS. O HIV é o vírus causador da doença, a AIDS. A doença causa sérios danos ao sistema imunológico e interfere na habilidade do nosso organismo de lutar contra outros tipos de infecções. O portador do vírus pode não ter a doença, mas se não tiver os devidos cuidados (tratamento) poderá desenvolver a doença.
No ano de 1996 foi aprovada a Lei Federal nº 9.313, de 13 de novembro, na qual dispõe sobre a distribuição e gratuidade dos medicamentos. Outro marco importante foi que no ano de 2013, os adultos com testes positivos de HIV, e mesmo sem comprometimento do sistema imunológico, passaram a ter acesso aos medicamentos antirretrovirais contra a AIDS pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Terapia Antirretroviral (TARV): os antirretrovirais (ARV) são fármacos utilizados no tratamento do HIV. Os principais objetivos da TARV são: redução da morbidade associada ao HIV, melhoria da qualidade de vida, preservação do sistema imune do paciente, suprir a replicação, ou seja, redução da quantidade de vírus no organismo do paciente (redução da carga viral). É um método de prevenção da transmissão do vírus de mãe para filho, que consiste na utilização de antirretrovirais em gestantes com HIV, durante a gestação.
Profilaxia Pré-Exposição (PrEP): é um método de prevenção à infecção pelo HIV e esse tipo de tratamento é realizado antes de a pessoa ter contato com o vírus. Consiste na tomada diária de um comprimido. Esses comprimidos possuem a combinação de dois medicamentos (tenofovir + entricitabina) que bloqueiam alguns caminhos que o HIV usa para infectar o seu organismo.
Profilaxia Pós-Exposição (PEP): é uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis. Essa medida consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista o risco de contágio, sendo: violência sexual, relação sexual desprotegida, acidente ocupacional, dentre outros.
A adesão ao tratamento é um processo dinâmico, que inclui alguns fatores que abrangem aspectos físicos, psicológicos, sociais, culturais e comportamentais, que requer decisões entre a pessoa que convive com HIV e a equipe de saúde.
A boa adesão aos medicamentos garante alguns benefícios tais como: aumento da disposição, energia, apetite, ampliação da expectativa de vida e o não desenvolvimento de outras doenças, como as infecções oportunistas.
O tratamento é a forma mais eficaz para pessoas que vivem com HIV ter uma boa qualidade de vida. É importante salientar que para a adesão progredir de maneira significativa, é necessário que o paciente faça diariamente e em horários regulares o uso dos medicamentos receitados pelo médico
A adesão ao tratamento não é feita somente pelo paciente, mas ele é o protagonista! Para isso ele pode contar com a ajuda de uma equipe de saúde composta por médicos, enfermeiros, farmacêuticos, assistentes sociais, psicólogos, dentre outros. O apoio da família e dos amigos é também fundamental.
O principal objetivo da terapia antirretroviral é manter a saúde das pessoas que vivem com HIV, podem ser indicadas medicações capazes de reduzir a quantidade de HIV no sangue para níveis indetectáveis.
Estes resultados impactam na vida das pessoas permitindo que elas recuperem a qualidade de vida, melhorando o estado de saúde. Ademais, existe um consenso crescente entre vários cientistas de que pessoas com carga viral indetectável não transmitem o vírus.
Vale ressaltar a importância do uso de preservativos na maioria dos contextos: evita a transmissão de outros tipos de doenças sexualmente transmissíveis como a hepatite B, sífilis, gonorreia, entre outras.
Texto produzido por: Felipe Ferreira Lima, graduando em Química, Instituto de Ciências Exatas da UFMG
Revisão: Profa. Dra. Marina Guimarães Lima e Profa. Dra. Maria das Graças Braga Ceccato
Edição e postagem: Mariana Dias Lula
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