A profissão farmacêutica é uma das mais antigas em nossa história. O conhecimento e a utilização de plantas para curar males diversos são relatados em todas as culturas, inclusive nas mais eruditas e primitivas. O boticário, sem formação específica, mas com conhecimento obtido pela prática e pela observação, atendendo nas boticas pacientes com diversas enfermidades, foi, muitas vezes e em diversas regiões, o único auxílio que as pessoas obtinham, nas suas diversas necessidades com relação à saúde.
O curso de Farmácia foi criado pela Congregação da Escola Livre de Odontologia de Belo Horizonte por projeto apresentado pelo Prof. J. J. Gama Cerqueira, em 27 de agosto de 1911. O curso, com 3 anos de duração, foi instalado em 1916, tendo 10 alunos inscritos e a Escola passou a ser denominada de Escola Livre de Odontologia e Farmácia de Belo Horizonte, que funcionava na Rua Timbiras, 1595. Em 10 de setembro de 1917, pelo Decreto no 690, assinado pelo Presidente Delfim Moreira, foi permitido o registro oficial dos diplomas expedidos por ela. Mesmo tendo somente dois anos de funcionamento, no ano de 1918 passa por reformas no ensino, em função de novas exigências federais.
Em 1919, a sua sede é transferida para a Rua da Bahia, 1500 e o reconhecimento, pelo Conselho Superior de Ensino, ocorre em 1920. Neste mesmo ano é lançada a semente para a criação da Universidade de Minas Gerais, pela Lei Melo Viana, votada no Congresso Mineiro sob o nº 895 de 10 de setembro de 1925. Nesta Lei, no artigo 9º, recomenda-se um acordo entre os estabelecimentos de ensino superior, existentes na época, para compor a Universidade de Minas Gerais com a união das Escolas de Odontologia e Farmácia e de Engenharia; e as Faculdades de Medicina e de Direito. Em 07 de setembro de 1927, o Presidente Antônio Carlos Ribeiro de Andrada assina a Lei no 956, criando a Universidade de Minas Gerais (UMG). A Escola passa a ser denominada de Faculdade de Odontologia e Farmácia da UMG.
A mudança da Faculdade para a Praça da Liberdade ocorre em 1931, e no ano de 1953 ela se transfere para a sua sede própria, situada à Rua Conde de Linhares, 7, na Cidade Jardim. Neste ano o curso de bacharelado em Farmácia passa a ser denominado de Farmácia-Química, com duração de 4 anos, formando o profissional Farmacêutico-Químico. Em 1960 iniciam-se as fundações do prédio da Faculdade de Farmácia na Av. Olegário Maciel, 2360. Em 9 de fevereiro de 1963 os dois Cursos foram separados pela Lei no 4.208 e criadas a Faculdade de Farmácia e a Faculdade de Odontologia. Em 24 de janeiro de 1964 mudou-se a denominação para Faculdade de Farmácia e Bioquímica e em 1966 foram criadas as modalidades para o Curso, o Farmacêutico-Bioquímico, com opção pelas Análises Clínicas e o Farmacêutico Industrial, com opção em Indústria Farmacêutica, incluindo a área de Alimentos. Pelo Decreto no 62.317, de 28 de fevereiro de 1968, a Faculdade de Farmácia e Bioquímica passou a ser denominada de Faculdade de Farmácia da UFMG.
Movida pela conscientização da necessidade de crescimento e desenvolvimento do ensino farmacêutico a Faculdade de Farmácia iniciou reformas estruturais que levaram a um novo modelo de Departamentos, implantada em 10 de janeiro de 1984. Foram criados os Departamentos de Farmácia Social, Produtos Farmacêuticos, Alimentos e Análises Clínicas e Toxicológicas. Um novo currículo para o Curso de Farmácia foi aprovado pelo Conselho de Ensino e Pesquisa em 26 de dezembro de 1987 e implantado em 1988. Assim, desde esta reforma a Faculdade de Farmácia é responsável pela formação das seguintes habilitações: Farmacêutico, Farmacêutico Industrial, Farmacêutico Bioquímico em Análises Clínicas e Farmacêutico Bioquímico de Alimentos.
Em 2008 nova reforma curricular ocorre em função das novas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Farmácia criadas pela Comissão de Ensino Superior do Conselho Nacional de Educação/MEC, que definiu um novo perfil para o Farmacêutico, com formação generalista. Dessa forma é aprovado o novo currículo de Farmácia pela Câmara de Graduação, em 14 de junho de 2007 e foi implantado no primeiro semestre de 2008 no curso diurno. E no primeiro semestre de 2010 foi implantado o curso noturno de Farmácia.
Um importante acontecimento histórico foi a transferência da Unidade para o Campus Pampulha ocorrido em julho de 2004, atendendo um antigo anseio da comunidade. O novo prédio que abriga a Faculdade de Farmácia foi projetado e construído em área duplicada de acordo com as necessidades e crescimento das atividades acadêmicas e de pesquisa ao longo dos anos.
Em 2007, a Faculdade de Farmácia integrou o Plano de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais – REUNI, com a criação de dois cursos noturnos: Farmácia e Biomedicina, os quais tiveram seu início no ano de 2010. Atualmente o Curso de Farmácia disponibiliza 80 vagas e o Curso de Biomedicina 40 vagas anuais.
Na Pós-Graduação as atividades da Faculdade iniciaram-se em 1974 com a criação do Curso de Pós-Graduação em Ciências de Alimentos (CPGCA). Este curso, nível de mestrado, foi credenciado pelo Conselho Federal de Educação em 29 de julho de 1992, o qual atualmente conta com o curso de Doutorado. Posteriormente foi criado o Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) cuja aprovação no Conselho Universitário foi em 30 de novembro de 1995. Este Programa ofereceu cursos de pós-graduação stricto sensu e lato sensu nos níveis de Especialização em Citopatologia, Farmacoquímica e Toxicologia Ocupacional e atualmente curso de mestrado e doutorado. Outros dois programas de Pós-Graduação foram criados, que são, o Programa de Pós Graduação em Medicamentos e Assistência Farmacêutica (PPGMAF) e o Programa de Pós Graduação em Análises Clínicas e Toxicológicas, num total de quatro programas de Pós Graduação na Unidade.
Na prestação de serviços a Faculdade de Farmácia vem, há vários anos, contribuindo para a sociedade. O Laboratório de Análises Clínicas, inaugurado em 1964 e a Farmácia Universitária criada em 1965 tiveram um importante papel na formação acadêmica de alunos como campo de estágio e excelência nos serviços prestados à comunidade universitária e em geral. Atualmente, destacam como prestação de serviços como atividade de extensão inclui o Centro de Estudos de Medicamentos-CEMED, fornece informações sobre medicamentos, através de consulta individualizada a profissionais, instituições de saúde e comunidade geral; o Laboratório de Controle de Qualidade (CEDAFAR), que faz parte da Rede de Laboratórios Analíticos Certificadores para fins de licitação pública atendendo a demandas de análises do Ministério da Saúde e ANVISA; o Laboratório de Farmácia Nuclear (NUCLEFAR) que presta serviços na área de produção de radiofármacos; e o Laboratório de Análise Microbiológica da Água, há vários anos realizando análises para a população nas quais incluem testes físico-químicos para atestar a qualidade da água para consumo humano.
As atividades de pesquisa realizadas na Faculdade de Farmácia estão intimamente vinculadas aos projetos desenvolvidos nos Cursos de Pós-Graduação, definidos pelas suas linhas de pesquisa. Como a extensão exige o desenvolvimento de novas tecnologias e atualização de serviços, ela também influencia nas atividades de pesquisa. Esta atividade vem crescendo, principalmente depois que a Unidade, acompanhando a tendência da Universidade, se empenhou na titulação de seu quadro docente indo de encontro ao compromisso desta Unidade com o ensino farmacêutico, e atualmente com o ensino biomédico, e com a população, na formação de um profissional habilitado e capacitado para atender às necessidades da sociedade, com visão crítica e humanista em harmonia com a evolução tecnológica.